sexta-feira, 30 de outubro de 2009

tenho saudades da tua boca.




se unir as pálpebras, verei cada poro teu. consigo contar-te as pestanas, reproduzir a suave textura das tuas sobrancelhas. os meus dedos sentem já a ausência da tua pele neles. já não te delineiam o másculo perfil há tempo demais. esse cheiro doce que deixaste em mim, nas minhas roupas, nos meus lençóis, nas minhas fronhas, tenho medo que o tempo o roube de mim. o cheiro que tive medo de não sentir quando te não quis abraçar, porque a pele que se encostara à tua não tinha sido a minha. não sentes nojo, meu amor? o teu corpo é meu e o mesmo acontece comigo, sou tua. não te enoja que mistures outro odor, outra pele na nossa pele? outras mãos que não as minhas, foi por elas que te apaixonaste, por elas e pelo meu sorriso, a acariciarem o teu cabelo, não te faz querer virar o corpo do avesso? e os teus lábios que me deste, porque os emprestas a outro beijo, meu amor? não devias permitir que esse corpo comandado por uma alma sem dono se desse a tais devaneios.

deixa-te de merdas e liga-me.

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