terça-feira, 3 de novembro de 2009

Novembro

a minha mãe
a meretriz que o roubou de mim
a minha prima-que-é-como-irmã
ele
a minha amiga médica hipocondríaca
o meu amigo do cérebro frito da droga
a minha amiga que mudou de vida

fazem anos.

Novembro é um mês cheio.

falta um mês para a azáfama do Natal, do Ano Novo que não sei como, onde ou com quem vou passar.
quando der por ela, já estamos em Janeiro e a minha vida vai estar noutro tempo.
noutro plano.
e sabe Deus se não morro nos entretantos!

comecei o mês na praia.
estava deitada na areia, sozinha, e vi uma mulher passear o seu bebé à beira-mar.
o carrinho que empurrava não era um dos que se vê por aí, ao estilo Quinny.
imitava os modelos antigos, com uma alcofa e quatro rodas.

lágrima

e ela ia acompanhada pelo ser a quem dera vida.

pouco depois, olhei para o alto da duna que tinha em frente e um casal aproveitava o pôr do sol para celebrar o seu amor.
beijos, abraços e sorrisos, comme il faut.

lágrima

estavam acompanhados os dois, um com o outro.

não partilhei nada com ninguém, pois que ninguém perceberia o meu tom de drama queen no final de um dia que, para todos, tinha sido tão agradável.

tão oco, para mim.

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